Após o tão esperado “sim” que marca o início de um namoro ou casamento, muitos casais têm como meta construir uma vida sexual saudável ou aumentar a família. Mas, para que esse caminho seja trilhado com tranquilidade, é fundamental que ambos priorizem não apenas o amor, mas também o bem-estar físico e emocional.
Estudo conduzido pela University College London, publicado no JAMA Internal Medicine, analisou 3.722 casais e mostrou que o apoio mútuo faz diferença significativa na adoção de hábitos saudáveis. Entre as mulheres fumantes, por exemplo, 50% conseguiram largar o cigarro quando seus parceiros também abandonaram o vício. Quando não havia esse apoio, o índice caiu para apenas 8%.
Segundo a dra. Luísa Chebabo, infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, da Dasa, no Rio de Janeiro, o primeiro o para a saúde conjugal vai além dos check-ups rotineiros. “O cuidado do casal também envolve atenção à vida sexual. Realizar testes para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) – como HIV, sífilis, hepatites B e C, clamídia e gonorreia – é um gesto de responsabilidade, proteção e respeito mútuo”, afirma. Ela ressalta que muitas dessas infecções são silenciosas, mas podem provocar complicações sérias se não tratadas precocemente.
Outro cuidado importante é a vacinação contra o HPV, ainda subestimada por grande parte da população. Indicada tanto para mulheres quanto para homens, a vacina previne diversos tipos de câncer – como o de colo do útero, pênis, garganta e ânus – além de proteger contra verrugas genitais. “Tomar a vacina é um ato de autocuidado e proteção ao parceiro”, diz Chebabo.
Planejando filhos: atenção redobrada
Para os casais que pretendem engravidar, os exames genéticos assumem papel fundamental. O dr. Gustavo Guida, geneticista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, explica que o aconselhamento genético pode identificar riscos de doenças hereditárias que podem ser transmitidas aos filhos. “Casais com histórico familiar de doenças genéticas devem buscar orientação especializada antes da gestação. Exames como o de Portadores (PCGT) ajudam a mapear riscos para doenças recessivas, o que permite, inclusive, a seleção de embriões em casos de reprodução assistida”, explica.
Outro exame de relevância é o cariótipo, que analisa a estrutura e o número dos cromossomos, ajudando a identificar alterações que podem estar associadas à infertilidade, abortos espontâneos ou síndromes genéticas.
Durante a gestação, o Teste Pré-Natal Não Invasivo (NIPT) permite, já nas primeiras semanas, detectar com alta precisão alterações cromossômicas, como as síndromes de Down, Edwards e Patau, por meio da análise do DNA fetal no sangue da mãe. “O exame é seguro, não invasivo e oferece mais tranquilidade aos futuros pais”, diz Guida.
A reserva ovariana da mulher também pode ser avaliada por meio da dosagem do hormônio anti-mülleriano e da ultrassonografia seriada. Já em casos de dificuldade para engravidar, exames como a histerossalpingografia – que avalia a agem pelas trompas uterinas – são indicados. O procedimento utiliza contraste e radiografias seriadas para detectar possíveis obstruções ou alterações anatômicas.
Para os homens, o espermograma é um exame-chave. Ele avalia aspectos como quantidade, mobilidade e morfologia dos espermatozoides. Além disso, a análise de hormônios como a testosterona e o FSH (Hormônio Folículo-Estimulante) também é necessária para verificar a produção adequada de gametas.
Em todas as etapas da vida a dois, o cuidado com a saúde deixa de ser uma questão individual e a a ser um compromisso mútuo. Afinal, viver junto vai muito além do romance – é uma escolha que envolve respeito, prevenção e planejamento compartilhado.
